A primeira empresa de bondes na capital paraense foi organizada em 1868 pelo cônsul dos Estados Unidos em Belém, o industrial James Bond. Por isso, historiadores locais afirmam que o nome dele foi a origem da palavra "bond", aportuguesada como "bonde", para designar tais veículos.
A linha de bondes a vapor de Belém, uma das primeiras no Brasil, ligando o Largo da Sé ao Largo do Nazaré, foi inaugurada em 1/9/1869, com bitola de 1.435 mm, usando três locomotivas e dois carros de passageiros, segundo relata o pesquisador estadunidense Allen Morrison.
Bond vendeu seu sistema em 1870 a Manoel Bueno, que formou a Companhia Urbana de Estrada de Ferro Paraense, e no mesmo ano a Companhia de Bonds Paraense inaugurou sua primeira linha de bondes com tração animal, em bitola de 750 mm. Em 1883 já existiam 30 km de linhas, entre bondes a vapor ou com tração animal.
A Companhia Urbana assumiu todo o sistema em 1894 e contratou a Siemens & Halske, de Berlim (Alemanha), para instalar a iluminação pública e um sistema de bondes elétricos. Mas os alemães só fizeram a primeira parte.
A Pará Electric Railways and Lighting Company, registrada em Londres em 25/7/1905, comprou a Companhia Urbana e encomendou à também inglesa J. G. White & Co., de Londres, a instalação do sistema de bondes elétricos. Seus trabalhos começaram em 15/8/1906 e exatamente um ano depois foi inaugurada a operação na então Avenida São Jerônimo (hoje Avenida José Malcher). O uso de bondes com tração animal terminou em 21/7/1908, sendo os veículos vendidos para Natal/RN.
O sistema de bondes elétricos de Belém permaneceu britânico em toda a sua existência, inclusive observando regulamentos rígidos, como o de que um veículo de primeira classe não poderia parar para um passageiro vestido inapropriadamente ou de forma incompleta. Um exemplo basico da divisão social, em classes economicas.
Mas, ao contrário dos veículos de Manaus, os bondes elétricos em Belém trafegaram sempre pelo lado direito, nas vias de mão dupla.
Em 1940, vinte bondes fechados foram adquiridos em segunda-mão de Cardiff (em Wales, na Grã-Bretanha). Eles eram os únicos que um visitante encontraria rodando em Belém em 1946. O sistema de bondes dessa cidade paraense foi o primeiro grande sistema brasileiro a fechar, o que ocorreu por razões financeiras, em 27/4/1947.
O Bonde nos Dias de Hoje
Uma chegada muito esperada, o Bonde chegando no porto.
O Projeto do Bonde de Belém está totalmente concluído, ou em partes, o atual prefeito retirou das ruas a fiação elétrica que daria vida ao Bonde. Uma rixa entre o antigo e o atual prefeito encalhou um belo e pronto projeto, até hoje o bandinho raramente sai da sua garagem.
O Bonde foi restaurado em Santos e trazido a Belém. Circularia no entorno do centro histórico de Belém nos feriados e fins de semana.
Contudo, atualmente o Bonde faz periodicas voltas no centro historico de Belém, infelizmente esses passeios são muito raros. Abaixo a estação do bonde.
Esse Texto é uma contribuição de Antônio Maia Acadêmico do Curso de Ciências Sociais - Unama.
Membro do Oráculo Paraense.