Atualmente muito tem se discutido a respeito dos impactos ambientais da implantação da usina de Belo Monte. Contudo, pouco se discute a desterritorialização que está por acontecer.
Analisar tal fenômeno nos leva a refletir acerca do território, como conceitua Milton Santos “o território é muito mais que mero espaço a ser ocupado e usado, o território é dotado de relações sociais que marcam a própria definição social do individuo”
Sendo assim, retirar à força populações que habitam o território entorno de projetos como o da usina de Belo Monte, privando-os do usufruto da terra, configura-se em muito mais do que simplesmente remanejar e indenizar. Processos como esses implicam total desestruturação da vida do habitante local, o que na maioria das vezes resulta na perda de costumes e tradições interligadas a todas as múltiplas significações do território, gerando a morte sócio-cultural desses grupos.
Diante disso, torna-se necessário que a sociedade se mobilize a fim de, desenvolver uma reflexão crítica a respeito dos verdadeiros impactos sociais e ambientais resultantes dos grandes empreendimentos, de modo que cada vez mais a sociedade esteja esclarecida a respeito dos efeitos danosos. Somente com a mobilização da sociedade civil poderemos combater essas ações impostas por uma ótica desenvolvimentista ávida por lucros e totalmente indiferente as mazelas sociais decorrentes desses processos.
É nesse ponto que vemos que mais uma desterritorialização esta por acontecer.
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